Imagina um futuro onde a inteligência artificial não só responde às tuas perguntas, mas redesenha o mundo com centros de dados tão potentes que poderiam iluminar cidades. É isso que a Oracle, liderada por Larry Ellison, está a construir com um contrato colossal de 300 mil milhões de dólares com a OpenAI, anunciado pelo Wall Street Journal. Chamado Projeto Stargate, este plano ambicioso promete 4,5 gigawatts de capacidade computacional a partir de 2027, impulsionando os modelos de IA da OpenAI, como o ChatGPT, para níveis nunca vistos. Mas com números tão astronómicos, há quem veja uma revolução – e outros, uma bolha prestes a rebentar. Vamos mergulhar no que este acordo significa para a Oracle, a OpenAI e o futuro da IA.
Projeto Stargate: Um Salto Tecnológico de Escala Cósmica
O Stargate, revelado em janeiro de 2025 numa conferência na Casa Branca, é uma parceria entre a OpenAI, Oracle, SoftBank e a firma de investimentos MGX, com um investimento inicial de 100 mil milhões, podendo chegar aos 500 mil milhões até 2029. O objetivo? Criar uma rede de centros de dados nos EUA, começando por Abilene, Texas, já operacional com racks Nvidia GB200, e expandindo para estados como Michigan, Wisconsin e Novo México. Com 4,5 gigawatts – quase 40% da capacidade de computação atual da Europa – este projeto é como construir um supercomputador do tamanho de um bairro para alimentar IA de próxima geração.
Para a Oracle, é uma vitória épica. Após anunciar resultados financeiros que elevaram o seu stock em 42% num único dia, como podes ver no finance card acima, a empresa espera 455 mil milhões em receitas futuras, um salto de 359%. O preço atual da ação da Oracle (ORCL) está em 313,881 USD, refletindo o entusiasmo do mercado com o Stargate. Este acordo não só posiciona a Oracle como um titã na infraestrutura de IA, mas também eleva Larry Ellison ao topo dos mais ricos do mundo, superando rivais como Bezos. É um momento de glória, mas com riscos à espreita.
Os Desafios Financeiros: Uma Aposta de Alto Risco
Aqui entra o lado agridoce. A OpenAI, com receitas projetadas de 12,7 mil milhões em 2025, compromete-se a pagar 60 mil milhões anuais à Oracle – quase cinco vezes o seu faturamento. Sem lucros até 2029 e com um cash burn revisado para 80 mil milhões, a pergunta é: como vão pagar? Analistas, como Jack Gold, sugerem que os investidores estão a tratar a OpenAI como um “cheque em branco”, apostando no crescimento explosivo da IA. Mas se o mercado ou os financiadores hesitarem, o castelo pode tremer.
Para a Oracle, o risco também é grande. Com um rácio de dívida sobre património de 427% (contra 32,7% da Microsoft), a empresa vai precisar de endividamento massivo para comprar chips de IA e construir centros de dados. Em 2025, o fluxo de caixa da Oracle foi de 21,5 mil milhões, com um capex de 27,4 mil milhões – números tímidos face aos 88 mil milhões da Microsoft. Dependendo tanto de um cliente como a OpenAI, a Oracle está a apostar alto num futuro onde a IA exploda. Se a bolha da IA rebentar, como alguns temem, o impacto pode ser brutal.
A Mudança de Parceiros: Microsoft Fica na Sombra
Este acordo marca uma viragem. A Microsoft, parceira principal da OpenAI desde 2023, vê-se agora num papel secundário. A OpenAI diversifica a sua cadeia de fornecimento, reduzindo a dependência de um único provedor. É uma jogada inteligente: espalhar riscos num mercado volátil. Para a Oracle, é uma chance de roubar a coroa da Microsoft, AWS e Google Cloud na corrida pela infraestrutura de IA. A construção de centros personalizados para cargas de trabalho de IA, como os do Stargate, dá à Oracle uma vantagem única, mas exige execução impecável.
O Impacto no Mercado e o Debate Sobre a Bolha da IA
O entusiasmo com o Stargate é contagiante, mas há vozes a soar o alarme. O gasto desenfreado em centros de dados – 300 mil milhões só neste contrato – contrasta com a falta de rentabilidade das empresas de IA. É uma montanha-russa financeira: enquanto a Oracle vê o seu valor disparar, o mercado pergunta se este ritmo é sustentável. Pensa na emoção e no medo de estar num foguetão – o Stargate pode levar a IA a novas alturas, mas um erro pode custar caro. Num 2025 onde a IA redefine tudo, este acordo é um farol de ambição, mas também um teste à resiliência de gigantes como a Oracle e a OpenAI.