A Apple está a negociar com a Google para integrar o modelo de linguagem Google Gemini no seu assistente virtual Siri, num passo que pode revolucionar a experiência dos utilizadores de iPhone. Segundo a Bloomberg, esta colaboração visa superar as limitações atuais da Siri e posicionar a Apple como líder na inteligência artificial (IA) generativa. Neste artigo, exploramos os motivos desta aliança improvável, os benefícios potenciais e como ela pode mudar a Siri, com base em fontes confiáveis e análises recentes.
Uma Colaboração Inesperada
Conhecida por desenvolver tecnologia internamente, a Apple surpreendeu ao iniciar conversações com a Google, uma rival de longa data, para utilizar o Google Gemini na reformulação da Siri. As negociações, que começaram em meados de 2025, estão numa fase inicial, mas a Google já está a adaptar um modelo de IA para funcionar nos servidores Private Cloud Compute da Apple, garantindo a privacidade dos dados, um valor central da empresa. Além da Google, a Apple também considerou parcerias com a OpenAI (ChatGPT) e a Anthropic (Claude), mas o Gemini destaca-se pela sua maturidade e integração em dispositivos Android.
O objetivo é criar uma Siri mais inteligente, capaz de conversas naturais, respostas contextuais e interação avançada com aplicações. Após promessas feitas na WWDC 2024, a Apple adiou o lançamento da nova Siri para 2026 devido a desafios técnicos, o que a levou a buscar apoio externo.
- Motivo: Dificuldades na criação de um modelo de IA competitivo internamente.
- Estratégia: Executar o Gemini em servidores Apple para proteger dados.
- Concorrência: Google Assistant e Alexa lideram em capacidades conversacionais.
Craig Federighi, chefe de software da Apple, afirmou: “Estamos a explorar todas as opções para oferecer uma experiência excecional aos nossos utilizadores.”
A Siri Precisa de uma Revolução
Lançada em 2011, a Siri perdeu terreno para assistentes como o Google Assistant e a Alexa, que oferecem respostas mais precisas e integração mais ampla. O projeto Apple Intelligence, anunciado em 2024, prometia uma Siri renovada, mas atrasos e a saída de talentos para empresas como a Meta forçaram a Apple a repensar a sua abordagem. O Google Gemini, com as suas capacidades multimodais (processamento de texto, imagens e vídeos), pode transformar a Siri num assistente mais versátil, capaz de:
- Conversas Naturais: Responder a perguntas complexas com fluidez.
- Integração com Apps: Controlar aplicações como o Calendário ou o Mail com precisão.
- Multimodalidade: Analisar imagens ou gerar conteúdo visual.
A Apple está a testar duas versões da Siri: Linwood, com modelos próprios, e Glenwood, com tecnologia de terceiros, onde o Gemini é um forte candidato.
Benefícios e Desafios da Parceria
Integrar o Gemini na Siri traz vantagens claras. A Apple pode acelerar o desenvolvimento, reduzir custos e oferecer uma Siri competitiva mais rapidamente, mantendo o controlo dos dados nos seus servidores. A parceria também aproveita a experiência da Google em IA generativa, que já alimenta dispositivos Android e Samsung.
No entanto, há riscos. Depender de uma rival como a Google pode gerar críticas, especialmente numa altura em que acordos entre as duas empresas, como o de pesquisa, enfrentam escrutínio antitruste nos EUA. Além disso, a Apple precisa de preservar a sua imagem de inovação independente, e uma parceria externa pode ser vista como uma limitação.
- Benefícios: Lançamento rápido, tecnologia avançada, privacidade garantida.
- Riscos: Dependência da Google, questões regulatórias, perceção pública.
Impacto para os Utilizadores
Se a parceria avançar, a Siri poderá tornar-se um assistente de topo, competindo diretamente com os melhores do mercado. Os utilizadores poderiam pedir à Siri para resumir e-mails, planear eventos ou até gerar imagens, funcionalidades que o Gemini já suporta. A integração pode estender-se ao Safari e ao Spotlight, melhorando a pesquisa nos dispositivos Apple. A privacidade será crucial, e a Apple garante que os dados permanecerão nos seus servidores, mas a comunicação clara será essencial para manter a confiança.
- Funcionalidades: Conversas fluidas, controlo de apps, capacidades multimodais.
- Privacidade: Modelos executados em servidores Apple.
- Lançamento: Previsto para a primavera de 2026 com iOS 19.
O Futuro da Siri
As negociações com a Google refletem a urgência da Apple em recuperar terreno na corrida da IA. Até 2026, a empresa planeia lançar uma Siri reformulada, possivelmente combinando modelos próprios com tecnologia externa como o Gemini. Esta abordagem híbrida pode oferecer uma experiência única, unindo a privacidade da Apple com a potência da IA generativa. Se bem-sucedida, a nova Siri poderá redefinir como interagimos com iPhones, iPads e Macs, marcando uma nova era para a Apple.