Imagine que o seu jogo favorito, Assassin’s Creed Mirage, recebe uma expansão gratuita ambientada num local histórico fascinante. Parece ótimo, certo? Mas se essa expansão estiver ligada à Arábia Saudita, o entusiasmo esfria para alguns funcionários da Ubisoft. O DLC, anunciado discretamente, desencadeou uma controvérsia interna: vale a pena arriscar a reputação? Enquanto a empresa defende o seu controlo criativo, os funcionários temem manchar a imagem por questões de direitos humanos. Será este um passo ousado ou um erro? Vamos explorar o drama que agita a Ubisoft.
O anúncio surpresa: AlUla entra em Mirage
Assassin’s Creed Mirage, lançado em 2023 como um “retorno às raízes” com furtividade e um mapa compacto, não convenceu a todos em combate ou história, mas sim em sua essência clássica. Agora, quase dois anos depois, a Ubisoft prepara um DLC gratuito: uma nova história e missões em AlUla, um enclave arqueológico da Arábia Saudita do século IX, Património Mundial da UNESCO. Anunciado a 23 de agosto de 2025 num tweet matinal, inclui melhorias na jogabilidade para a base e o novo local — tudo gratuito para os proprietários do jogo.
Yves Guillemot, CEO da Ubisoft, apresentou-o na New Global Sport Conference em Riade, destacando: «Estamos a criar conteúdo gratuito para jogadores, ambientado em AlUla com especialistas em arqueologia». O DLC explora a região com rigor histórico, graças a historiadores locais e internacionais. A emoção para os fãs? Mais aventuras com Basim num ambiente autêntico. Intrigado? Veja o trailer no Twitter do Assassin’s Creed — o cenário irá transportá-lo para o deserto antigo.
Preocupações internas: direitos humanos no radar
Nem tudo é celebração. Um relatório da Game File revela que os funcionários questionaram o acordo numa sessão interna de perguntas e respostas. Será que a Ubisoft irá prejudicar a sua imagem ao aliar-se à Arábia Saudita, lembrando o assassinato de Jamal Khashoggi em 2018? A Human Rights Watch critica o Fundo de Investimento Público (PIF) saudita — proprietário de ações da Nintendo e da EA — por «encobrir» violações dos direitos humanos, enquanto investe na F1, na WWE e nos esportes eletrônicos.
A administração respondeu que as viagens de Guillemot com Emmanuel Macron são «diplomacia clássica» para promover a influência francesa, dissociando o PIF do seu presidente. A Ubisoft garantiu à IGN: «Mantemos controlo criativo total; o DLC é possível graças ao apoio local e internacional para autenticidade». Relatórios do Les Echos em janeiro de 2025 sugerem um acordo com o Savvy Games Group (do PIF), mas a Ubisoft não confirma o financiamento. A tensão? Os funcionários temem um «golpe na reputação» numa era sensível. Preocupado com a ética? Leia sobre o PIF na Human Rights Watch — o contexto é fundamental.
O contexto mais amplo: a Arábia Saudita nos jogos
A Arábia Saudita acelera sua incursão nos videogames por meio do PIF, com a Savvy Games comprando estúdios e financiando eventos. Anúncios como este DLC seguem rumores de expansões para Mirage, e a Ubisoft vê isso como uma oportunidade cultural. Mas os críticos veem “sportswashing”: usar o entretenimento para limpar a imagem. A Ubisoft insiste na independência, mas o anúncio em Riade e o silêncio inicial alimentam dúvidas. Para os fãs, é conteúdo extra; para a equipa, um dilema moral. Acompanhe o caso nos fóruns — ele pode influenciar futuros AAA.
A Ubisoft na encruzilhada: criatividade ou controvérsia?
Este DLC gratuito para Mirage é um presente inesperado, mas a aliança saudita expõe fissuras na Ubisoft. Enquanto defendem o controlo criativo e o rigor histórico, os funcionários pedem transparência. Num mundo onde os direitos humanos são importantes, o que prevalecerá: a inovação ou a ética? Para os jogadores, AlUla promete imersão; para a indústria, um debate sobre patrocínios. Apoia o DLC? Junte-se à conversa no Reddit — a sua opinião pode moldar o futuro de Assassin’s Creed.