Em 2 de outubro de 2025, Ghost of Yōtei chega ao PlayStation 5, trazendo uma nova aventura épica da Sucker Punch Productions. Como sequência independente de Ghost of Tsushima (2020), o jogo transporta os jogadores para o Japão feudal de 1603, na região de Ezo (atual Hokkaido), com uma nova protagonista, Atsu, e uma abordagem renovada. Enquanto Tsushima contava a história de um samurai em crise, Yōtei apresenta uma mercenária movida por vingança, com mecânicas de jogabilidade expandidas que prometem surpreender. Vamos explorar como Atsu e as novidades do jogo se comparam ao clássico de Jin Sakai!
Uma Nova Heroína: Atsu vs. Jin Sakai
Atsu, dublada por Erika Ishii (inglês) e Fairouz Ai (japonês), é uma figura bem diferente de Jin Sakai, o samurai honrado de Ghost of Tsushima. Enquanto Jin, um nobre treinado, lutava contra a invasão mongol em 1274, abandonando seu código de honra para se tornar o “Fantasma”, Atsu é uma mercenária sem status social, marcada por uma tragédia pessoal. Dezesseis anos antes, os Yōtei Six, uma gangue liderada pelo samurai renegado Lord Saitō, massacraram sua família e a deixaram para morrer, pregada a uma árvore de ginkgo em chamas com a katana de seu pai. Adotando a persona de um onryō (espírito vingativo do folclore japonês), Atsu busca vingança, caçando os seis vilões: Cobra, Oni, Kitsune, Aranha, Dragão e Lord Saitō.
- Origens contrastantes: Jin era respeitado, com acesso a recursos e aliados. Atsu, uma “vagabunda” de família humilde, não tem lugar na sociedade do século XVII, o que a torna uma figura temida, mas não respeitada, como destaca o codiretor Nate Fox: “Atsu não entra em uma sala e recebe respeito”.
- Motivação pessoal: Jin lutava para salvar Tsushima, sacrificando seu status por um bem maior. Atsu é movida por vingança pessoal, mas sua jornada revela laços inesperados e temas de redenção, segundo a PlayStation.
- Estilo narrativo: Jin pausava para meditar e escrever haikus, refletindo sua natureza erudita. Atsu, mais pragmática, troca poesia por ação, coletando recompensas por alvos e vivendo como uma nômade, sem momentos contemplativos.
Essa mudança de um samurai culto para uma guerreira marginal dá a Yōtei um tom mais cru e visceral, refletido em sua jogabilidade.
Novidades na Jogabilidade de Ghost of Yōtei
Ghost of Yōtei mantém os pilares de Tsushima — combate com katana, furtividade e exploração em mundo aberto —, mas introduz inovações que aproveitam o poder do PS5 e refletem a personalidade de Atsu. Aqui estão as principais diferenças e evoluções:
- Arsenal expandido: Enquanto Jin usava katana, arco e tanto, Atsu tem um leque maior de armas, incluindo katanas duplas, ōdachi (espada longa), yari (lança), kusarigama (foice com corrente) e tanegashima (arma de fogo). Cada arma é eficaz contra tipos específicos de inimigos, mantendo a mecânica de troca de posturas de Tsushima, mas com mais variedade.
- Estrutura de missões não linear: Diferente da narrativa mais guiada de Tsushima, Yōtei permite escolher a ordem para enfrentar os Yōtei Six, criando caminhos narrativos emergentes. Um sistema de pistas, obtidas por interrogatórios, guia os jogadores a pontos de interesse.
- Acampamento móvel: Uma inovação única é o acampamento móvel de Atsu, que substitui a necessidade de viajar para cidades. NPCs, como vendedores e aliados, visitam o acampamento, oferecendo upgrades e informações, integrando a narrativa de forma mais fluida e imersiva.
- Exploração aprimorada: O mundo de Ezo, com o Monte Yōtei como destaque, oferece paisagens variadas — campos floridos, tundras nevadas e auroras boreais — com efeitos climáticos dinâmicos que afetam a jogabilidade, como neve e neblina. A kaginawa (gancho de escalada) e um telescópio ampliam a exploração vertical e a descoberta de locais.
- Atividades culturais: Além de atividades retornantes, como banhos em onsen e golpes em bambu, Yōtei adiciona pintura sumi-e e tocar shamisen (instrumento de cordas de Atsu, contrastando com a flauta de Jin), reforçando a identidade da protagonista.
- Modos cinematográficos: Além do retorno do Kurosawa Mode (preto e branco, inspirado em Akira Kurosawa), Yōtei apresenta o Miike Mode (mais sangue e câmera próxima, inspirado em Takashi Miike) e o Watanabe Mode (música lo-fi, inspirado em Shinichirō Watanabe), ampliando a experiência visual.
- Melhorias no combate e IA: Yōtei promete inimigos com IA mais sofisticada, que reagem melhor a estímulos, como investigar ambientes ou responder a táticas furtivas. Há mais interações ambientais, como queimar suprimentos ou usar terreno (neve, lama) a seu favor.
Comparando o Mundo e o Tom
O cenário de Ghost of Yōtei, ambientado em 1603 no início do período Edo, contrasta com o Tsushima de 1274, durante a invasão mongol. Enquanto Tsushima tinha um clima temperado e vilões externos, Yōtei explora a paisagem selvagem de Ezo, com condições climáticas extremas e conflitos internos entre ronins e foras da lei. O tema de “vingança de oprimidos” em Yōtei é mais pessoal e brutal do que a luta patriótica de Jin, refletindo a posição marginal de Atsu na sociedade.
A Sucker Punch também aprimorou a imersão visual, com “linhas de visão massivas” e animações mais realistas para vegetação e vento, aproveitando o PS5. Diferente do mapa de Tsushima, que tinha cidades secundárias, Yōtei foca em áreas rurais e vilarejos, com menos castelos, mas mais diversidade ambiental, como tundras nevadas e campos verdejantes.
Um Salto para o Futuro da Série
Ghost of Yōtei não é apenas uma sequência; é uma reinvenção que mantém o coração de Tsushima — combate fluido, mundo aberto romântico e estética samurai — enquanto apresenta uma protagonista única e mecânicas mais livres. Atsu, com sua abordagem prática e arsenal diversificado, contrasta com a jornada introspectiva de Jin, prometendo uma experiência mais crua e dinâmica. As inovações, como o acampamento móvel e a estrutura não linear, mostram a ambição da Sucker Punch em evoluir o gênero de mundo aberto, mantendo a essência do Japão feudal.