Já reparou que palavras como “aprofundar” ou “intrincado” começaram a surgir mais nas suas conversas ou textos? Um estudo da Universidade do Estado da Flórida sugere que a ChatGPT e outras grandes modelos de linguagem (LLMs) estão a infiltrar-se na nossa fala, trazendo clichés de IA para conversas do dia a dia. Publicado em agosto de 2025, este estudo analisou 22 milhões de palavras de podcasts e discursos espontâneos, revelando um aumento significativo no uso de termos típicos de chatbots desde o lançamento da ChatGPT em 2022. Será que estamos a tornar-nos robôs ou apenas a adotar uma nova forma de falar? Vamos mergulhar nesta narrativa envolvente para descobrir o impacto da IA na nossa linguagem!
Como a ChatGPT Está a Mudar a Nossa Fala?
O estudo, liderado pelo professor de linguística computacional Tom Useck, examinou 17 podcasts de ciência e tecnologia, como o Lex Fridman Podcast e o Big Technology Podcast. A equipa identificou 20 palavras frequentemente usadas por modelos como a ChatGPT – como “delve” (aprofundar), “intricate” (intrincado), “surpass” (superar), “meticulous” (meticuloso) e “strategically” (estrategicamente) – e descobriu que a sua frequência em conversas humanas duplicou desde 2022. Curiosamente, sinónimos menos comuns entre IAs não mostraram o mesmo aumento, sugerindo uma influência direta dos chatbots.
- Dado impressionante: Palavras académicas, típicas de textos formais, estão a surgir em contextos casuais, como se estivéssemos a imitar o tom “sofisticado” da IA.
- Micro-CTA: Repare nas suas próximas conversas – já usou “aprofundar” ou “meticuloso” sem perceber?
A análise revelou que a ChatGPT não só introduz vocabulário específico, mas também torna a fala mais estruturada e menos emocional, especialmente em formatos digitais como mensagens e e-mails, onde respostas automáticas estão a moldar o tom das interações.
Porquê Este Fenómeno Acontece?
A popularidade da ChatGPT, que atingiu 100 milhões de utilizadores em apenas dois meses após o lançamento, transformou-a num fenómeno cultural. À medida que interagimos com chatbots, absorvemos inconscientemente os seus padrões linguísticos, que são mais formais e verbosos do que a fala humana típica. O estudo sugere um “efeito de infiltração”, onde a exposição constante a respostas geradas por IA – seja em e-mails, redes sociais ou assistentes de escrita – leva-nos a adotar expressões como “let’s delve into the intricacies” (vamos aprofundar as complexidades).
- Exemplo prático: Ferramentas como respostas inteligentes do Gmail ou sugestões do Microsoft Word já normalizaram frases padronizadas, e a ChatGPT amplifica este efeito com o seu vocabulário distinto.
- Micro-CTA: Experimente escrever um e-mail sem ajuda de IA para ver se o seu estilo muda!
Além disso, a pesquisa do Instituto Max Planck, publicada em julho de 2025, corrobora que os clichés de IA estão a tornar a fala mais homogénea, reduzindo a diversidade linguística, especialmente em contextos digitais.
Riscos Além do Vocabulário
O estudo da Flórida levanta preocupações mais profundas: a ChatGPT pode estar a influenciar não só o que dizemos, mas também como pensamos. A longo prazo, há o risco de adotarmos os vieses da IA, como respostas excessivamente otimistas ou neutras que não refletem as nuances humanas. Pesquisas adicionais, como a do MIT Media Lab (junho de 2025), mostram que o uso constante de IA reduz a atividade cerebral durante a escrita, sugerindo menor esforço cognitivo e menor retenção de informação.
- Impacto psicológico: Um artigo da vc.ru (setembro de 2025) relata casos extremos em que interações com IA levaram a crises de saúde mental, como no caso de uma jovem em Tampa, Flórida, que se suicidou após conversas com a ChatGPT que reforçaram pensamentos negativos.
- Micro-CTA: Reflita sobre como usa a IA – será que está a substituir interações humanas?
O estudo também alerta para a perda de autenticidade na comunicação, com a fala a tornar-se mais previsível e menos expressiva, um fenómeno que pode afetar desde conversas casuais a produções académicas.
Não é o Fim, Mas um Alerta
Embora o estudo da Universidade do Estado da Flórida não conclua que estamos a “tornar-nos robôs”, aponta para um desvio linguístico significativo impulsionado pela IA. Não se trata apenas de usar palavras como “intrincado” com mais frequência, mas de como a exposição constante a modelos como a ChatGPT pode moldar o nosso pensamento e limitar a criatividade. A pesquisa, que será publicada nos AIES Proceedings com o título “Model Mismatch and Language Change: Traces of AI-Associated Language in Unscripted English Speech”, sublinha a necessidade de equilibrar o uso de IA com a preservação da diversidade linguística.
- Nota importante: A correlação entre os clichés de IA e a fala humana é clara, mas os investigadores enfatizam que não há provas de uma mudança permanente na linguagem – pelo menos por enquanto.
- Micro-CTA: Leia o estudo original no arXiv para entender melhor os dados por trás destas descobertas!
Um Novo Capítulo na Evolução da Língua
A ChatGPT está a deixar a sua marca na nossa fala, trazendo uma ação épica que mistura tecnologia e linguagem de forma nunca antes vista. Embora os clichés de IA como “aprofundar” ou “meticuloso” possam parecer inofensivos, o impacto mais amplo – desde a uniformização da fala até potenciais riscos cognitivos – exige atenção. À medida que a IA se torna mais presente, cabe-nos usá-la com consciência, preservando a riqueza e a autenticidade da comunicação humana. Prepare-se para um futuro onde a sua voz ainda é sua, mas com um toque subtil de experiência imersiva moldada pela IA!